terça-feira, 10 de agosto de 2010

Resumo: "A desordem na relação professor-aluno: indisciplina, moralidade e conhecimento"

     É falando sobre o papel da escola que Aquino inicia este tema. Levanta opiniões diversas sobre a função da educação e define por onde caminhará seu texto: “dois olhares distintos sobre o tema: um sócio-histórico, tendo como ponto de apoio os condicionantes culturais, e outro psicológico rastreando a influência das relações familiares na escola”. E nessa ótica é que se configura o texto.
     Falando das transformações históricas, o autor resgata um texto de 1922 que dita regras de conduta nas escolas. É traçado, dessa maneira, um paralelo da educação da escola de antigamente com a escola atual, baseado nos aspectos sociais como a exclusão.
     Conclui-se, então, que tanto antes como hoje o acesso das camadas populares à educação é dificultado.
     Assim, se alcança o tema indisciplina, sendo este o único ponto (no sentido sócio-histórico), segundo o autor, de resistência ao modelo elitista e conservador da educação.
    Quando Aquino começa a falar sobre o problema da indisciplina no viés psicológico, levanta a idéia de uma carência psíquica do aluno, decorrente da família. Destacam-se também as funções escolares que não são capazes de controlar o problema, dependendo da ajuda familiar do aluno.
     Contudo, em um certo ponto do texto (caminhando até a conclusão), o autor diz que a solução para a questão da indisciplina está na relação professor-aluno; esse assunto se incorpora com considerações sobre uma “nova ordem psicológica”, ou seja, propostas que se pautam no conhecimento e que convergem em novas práticas pedagógicas.

Resumo: "Disciplina e manejo da classe", por E. C. Wragg

     O texto “Disciplina e manejo da classe” do autor inglês E. C. Wragg descreve alguns comentários acerca da relação entre professores e alunos tendo como motor a questão da disciplina / indisciplina, ou seja, o comportamento em sala de aula. O propósito do autor é estabelecer alguns parâmetros a fim de que pudessem ser seguidos pelos professores como se fosse um manual cuja finalidade seria a mudança de comportamento dos alunos; aí nesse momento já podemos dizer, com base no que estudamos em sala de aula, que o autor se insere no paradigma dos behavioristas (ou comportamentalistas).
     A principal tese que sustenta as suas afirmações é a de que não adianta o professor se preocupar exclusivamente com o conteúdo de sua matéria uma vez que o mesmo será anulado, ou como o autor diz, “as suas habilidades didáticas serão neutralizadas” se o comportamento dos alunos não for o desejado para manter um mínimo de harmonia entre aqueles que estiverem na sala de aula; desse modo, o professor terá como tarefa estimular a motivação dos alunos o que, segundo ele, é constituído por “tempo e atenção”. O autor ainda lança mão de um exemplo, no começo do texto, a partir do qual ele explicita claramente que o sucesso de uma boa aula está vinculado intrinsecamente com o que ele chama de “controle de comportamento”.
     Em seguida, ele corrobora a opinião do escritor americano “Jacob Kounin” quando diz que em suas pesquisas houvera sido constatado que os fatores de levaram alguns professores a não ter “problemas” em sala de aula eram os seguintes:
     1. Ter uma boa visão de toda a sala de aula, detectando, assim, o mau comportamento em seu início.
     2. Ser capaz de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo: por exemplo, lidar com alguém que está comportando-se mal e manter ocupadas as crianças que estão acompanhando.
     3. Manter as crianças trabalhando sem: a) intrometer-se subitamente quando elas estão ocupadas; b) começar uma atividade e depois abandoná-la abruptamente para começar outra; c) terminar uma atividade e depois voltar a ela inesperadamente.
     4. Evitar permanecer em uma questão mais tempo do que o necessário.
     5. Fazer com que as interações com os alunos influenciem todas as outras crianças, dizendo, por exemplo, “Ainda não começou Maria?”, ou “Que desenho bonito, João!”, a fim de que as mensagens sejam transmitidas para os que estão por perto: “O professor espera que tenhamos começado”, “Esta professora está interessada no que fazemos”.
     Outros exemplos são usados pelo nosso autor como para ilustrar meios, ou melhor, regras que deveriam ser seguidas e assim modificar o comportamento, regras essas que possuem aquilo “que se deve fazer” bem como aquilo “que não se deve fazer”.
     1. Acadêmico: Explicar pacientemente ao aluno que não entende um novo conceito. Fazer comentário sarcástico para alguém que não entende um novo conceito.
     2. Gerencial: Sorrir e agradecer a alguém que ajudou a arrumar as coisas. Culpar alguém pela bagunça, escolhendo o aluno errado.
     3. Social: Conversar com as crianças no início da aula sobre o que fizeram no fim de semana.
     Depreciar a ocupação ou os interesses familiares / culturais de alguém.
     E por aí prossegue a argumentação do autor, sempre, repito, lançando mão de regras de conduta e comportamento sem ter o mínimo de interesse pela estrutura psicológica dos alunos enquanto indivíduos próprios e não como ferramentas de reprodução de comportamento; pois bem, com efeito, o modo como o autor encara essa realidade da sala de aula tem em vista aquilo que está sendo observado de modo que, a partir de outras perspectivas, isso seria apenas analisar os efeitos das ações e não as suas causas que, nessas outras perspectivas, basear-se-ia na consideração do inconsciente, mas, como o paradigma dele é o do behaviorismo, o que mais realmente importa é aquilo que pode ser observado e relatado, tal como prega a ciência e, por fim, negando toda e qualquer existência do inconsciente como fator determinante para o comportamento e que o mesmo deve ser modificado por “simples” regras.

Resumo: "A indisciplina e o sentimento de vergonha", por Yves de La Taille

     O autor, no texto, apresenta três razões para justificar que o tema é “delicado e perigoso”, pois falar de indisciplina cabe saber da linha histórica traçada na educação, saber como era a disciplina e sua negação (indisciplina), saber ainda dos conflitos sociais e psicológicos da época etc.
     Dessa maneira, Yves apresenta as três razões. A primeira sobre moral e valor; a segunda sobre o reducionismo psicológico; a terceira sobre a complexidade e ambigüidade do tema: disciplina x indisciplina.
     Nesse ínterim o texto se configura. Com ótica educacional a teoria de Kant é levantada: “a disciplina é condição necessária para arrancar o homem de sua condição natural selvagem”. Estabelece um contraponto com Piaget: “a autodisciplina não imposta de fora, mas inspirada pela busca pessoal de equilíbrio: do autogoverno das crianças nasceria uma disciplina muito mais estável e, aparente paradoxo, livre”.
     No subtítulo "Vergonha", Jean-Paul Sartre é citado com sua definição de vergonha, onde este fala que a exposição ao olhar, à escuta e ao pensamento alheio é o que desperta tal sentimento. Concluindo, o autor diz que “a vergonha é um sentimento inevitável”.
     Já em um outro subtítulo, "Vergonha e moral", os assuntos culpa e moral norteiam o texto.
     Diz que a vergonha não se associa apenas à moralidade, mas que é impossível fugir da relação existente entre elas. As considerações feitas acerca disso refere-se ao sentimento de culpa, margeado pela teoria de Freud na dimensão psíquica. Outro ponto levantado sobre a moral, que é infundado, remete somente ao sentimento de culpa no âmbito externo, por exemplo, o olhar alheio; infundado, pois o lado interno também corresponde ao sentimento da vergonha (porque podemos sentir vergonha sozinhos). Assim, vê-se que a vergonha e a moral estão juntas, cada qual com suas particularidades.
     Traçando comentários sobre a infância, apoiado em teorias de Piaget e Freud, Yves de La Taille demonstra sua opinião, dizendo que se a vergonha não é um sentimento capaz de se evitar, e que percorre vários caminhos, sendo a moral um deles, a sociedade influencia grande parte desse conceito, dando espaço para o penúltimo subtítulo “Vergonha e Sociedade”.
     Sobre a sociedade é feita uma análise da contemporaneidade, chegando a conclusão que os homens continuam cultivando o sentimento da vergonha, porém a comungam aos fracassos pessoais e “decepções do homem individualista”. Assim, o que andava junto, moral / vergonha, se separa, porque a sociedade dita que o sucesso, o dinheiro etc, são os valores que merecem sobressair, criando uma outra imagem do eu e do outro.
     No último subtítulo tratado, “A indisciplina em sala de aula”, é mais específica para a educação, aqui é feito um resgate histórico de como eram as aulas antigamente, como o professor, o aluno e a escola se comportavam e como é hoje. As considerações levantadas são sobre a relação existente entre disciplina (indisciplina) e moral, não fugindo de tudo que foi abordado anteriormente, é levantado alguns itens de reflexão sobre tal assunto.
     Concluindo, o autor destaca a função da escola, dizendo que sua finalidade principal é “a preparação para o exercício da cidadania” e tudo o que envolve o trabalho para que isso seja legitimado. 

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

SUGESTÕES

Estou aceitando sugestões para a lista dos filósofos publicados neste Blog.
Meus sinceros agradecimentos!!!!!